Publicado por johncutrim
O grande e
principal adversário do candidato do governo na próxima eleição, Luís Fernando
Silva, não serão Flávio Dino, Eliziane Gama, ou outros que ainda venham a
surgir; não será a queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff, nem a
multidão de votos migrando para Marina Silva e Eduardo Campos e,
consequentemente, mudando probabilidades eleitorais em todos os estados. Mesmo
porque já não é certo que os Sarney continuem apoiando a reeleição da
presidente e o PT, os dois em queda livre neste momento na opinião pública.
O principal
adversário de Luís Fernando Silva será a História. Lemos à exaustão a polêmica
em torno de um elogio que teria sido feito por Flávio Dino ao escolhido do
grupo Sarney. Mas para fazer oposição e pregar mudanças estruturais no modo de
fazer política é preciso ser verdadeiro e não há desdouro em elogiar ou
reconhecer o trabalho de adversários. Pelo contrário, esse tipo de atitude,
rara na política, é um sinal inconfundível de seriedade e clareza de
propósitos.
Pessoalmente, Luís
Fernando é ainda um candidato sem máculas. Não pode ser acusado de corrupção e,
menos ainda, de incompetência, visto que sua única aventura administrativa
antes da Casa Civil e da Secretaria de Obras foi a Prefeitura de São José de
Ribamar, onde conseguiu reconhecimento nacional, aprovação popular histórica e
nunca teve que responder a processos por quaisquer tipos de improbidades.
O principal
adversário de Luís Fernando, portanto, será a História, por conta de suas
ligações inegáveis com o grupo Sarney; este sim, responsabilizado
historicamente pela pobreza geral do Maranhão, pelo abandono da capital do
Estado, pela ausência de investimentos na Educação, pela falência da
agricultura, por inapetência para gerir as demandas sociais e que só agora,
quase 50 anos depois, está investindo trabalho e recursos no Sistema Estadual
de Saúde do Maranhão.
É a própria
História que dá sinais de fadiga com o grupo Sarney, e candidato do governo
terá uma tarefa muito difícil para convencer a população de que não representa
a continuidade desse modelo político que travou econômica, administrativa e
socialmente o Maranhão.
A vida partidária
virou um tumulto, as diversas correntes dentro do grupo Sarney começam a se
roer por dentro, inclusive com acusações públicas e denúncias apócrifas de
corrupção – o fogo amigo que vai bater em forma de documentos em mãos de
oposicionistas.
Essa de conter a
História, além, é claro, de romper a lógica das pesquisas desfavoráveis, não
por sua culpa, mas pelo governo que representa, será a tarefa mais árdua do
candidato que saiu do anonimato muito recentemente para disputar uma eleição
majoritária que promete ser a mais difícil do grupo Sarney nos últimos 50 anos.
E todos sabem que enfrentar o poder é uma coisa; enfrentar a História é tarefa
bem mais difícil, mas não é de todo impossível. É uma questão de lutar e ter
fé. (Editorial do Jornal Pequeno)
Nenhum comentário:
Postar um comentário