Por José Reinaldo Tavares
Acostumada
a mandar sem contestação, aproveitando a força do pai, Roseana está sem saber
como resolver os grandes problemas políticos que tem pela frente. Convenhamos,
a situação é cada vez mais difícil e ela não tem experiência e nem preparo para
enfrentar o que há por vir. Sem falar na ausência (esperamos que logo se
recupere) do pai, que é quem enfrenta os problemas e conduz o grupo.
Não bastasse o
pedido de cassação feito pelo procurador-geral da República, denunciando-a por
graves mal-feitos na última eleição aos persistentes resultados das pesquisas
eleitorais, que têm mostrado Flávio Dino acima de 60% e o candidato Luís
Fernando amarrado aos 15%, agora ela também está perdendo para mim e para
Roberto Rocha para o senado, com o agravante de eu não fazer campanha nenhuma,
não estou viajando para o interior do estado, enquanto ela viaja todas as
semanas, visitando diversos municípios de cada vez, prometendo mundos e fundos
à população, aliás, como de costume.
Some-se a isto a decisão de não admitir
entregar o governo para o vice-governador quando tiver que sair para se
desincompatibilizar, e pior que tudo, não admitindo a hipótese de entregar ao
senador Edison Lobão o comando do que restar do grupo Sarney depois das
eleições de 2014.
Isso
é uma questão tão fechada, dentro do cerne íntimo do grupo, que certamente a
obrigará a sair do governo e ser candidata ao senado no ano que vem. Entregar
para a família Lobão nem pensar.
De
fato, isso é o que acontecerá, se ela não sair candidata, pois Lobão se tornará
o político mais forte do grupo, exercendo o cargo de Ministro do poderoso
Ministério de Minas e Energia, e ainda com quatro anos de mandato como senador
do PMDB, lugar ocupado nesse momento por seu filho. Os Sarneys então ficarão
reduzidos ao mandato de Sarney Filho como deputado federal, muito pouco para
quem deteve tanto poder.
Mas
e o processo de cassação? Se for julgado neste ano e ela condenada? Neste caso
ela perderá o governo, quase imediatamente e deverá ficar inelegível. Para concorrer
à eleição, ela poderá questionar a sua inelegibilidade no Supremo e poderá
concorrer sub judice, o que a enfraquecerá ainda mais como candidata.
Já
fora do governo, derrotada pela Justiça, isso poderá ser mortal para um grupo
tão poderoso acostumado a demonstrar poder. E isto ainda poderá se agravar, se
o senador Sarney não for candidato, pois grande parte do grupo respeita e gosta
do senador e não dela e de Jorge Murad. Com efeito, será que o grupo se manterá
fiel a ela e a apoiará na empreitada? Ou abandonarão o barco sarneysista ao
interpretar que terão diminuída expectativa de poder? Sem dúvidas isso
enfraquecerá muito sua candidatura ao senado, já bastante combalida atualmente.
E
considerando outra hipótese: se Roseana renunciasse junto com seu vice? Se isso
livrá-la do julgamento do TSE, permitirá a sua candidatura ao Senado. Contudo,
hoje já existem precedentes judiciais que tratam de renúncia com o fim
específico de se livrar do julgamento, observando que, se essa for a causa da
renúncia, o julgamento prosseguirá e a hipótese de inelegibilidade se mantém.
Mas supondo que o julgamento não prossiga, ela então manterá seus direitos
políticos e poderá se candidatar. É claro que isso terá graves consequências
políticas, pois será considerada confissão de culpa pela população e uma fuga à
condenação no julgamento, o que enfraqueceria muito sua candidatura.
Agora
vejam se esta situação é ou não é um terrível labirinto em que Roseana se
debate e tem imensas dificuldades de achar uma saída segura, para si e para o
grupo Sarney.
Nervosa
e insegura nos ‘Itinerantes de toda a semana’, ela tem criado atritos em muitos
lugares e perdido apoios, em que pesem as promessas que faz em todos os
lugares, como sempre.
Vejam
o que me enviou um amigo que assistiu e participou de visita que ela fez a
Mirinzal semana passada:
“Meu
bom amigo, ontem a governadora esteve em Mirinzal e fez o de costume: promessa
de construir a ponte sobre o Pericumã e a estrada de Bequimão para Central,
asfalto pra prefeituras e convênios. Porém, o que chamou atenção foi que, ao
ver faixas de alunos do ensino médio sobre a escola inacabada desde o governo
anterior, falou que por ela já estaria concluída e o problema estaria no
Ministério Público acusando Brasil, o ex-prefeito, do problema. Quando ela foi
a casa dele fazer a visita, este se queixou e ela se retratou, dizendo que se
referia ao governo de Jackson Lago. Na realidade o que ocorreu foi que a obra
se iniciou no final do governo de Jackson em convênio com a prefeitura. Foi
liberado um montante em torno de 60% do valor total e diz Brasil que fez o
correspondente, mas que, embora o dinheiro tivesse empenhado, não conseguiu que
o governo dela pagasse o restante. Assim, ele resolveu entregar a obra de volta
para o estado e se tornou mais uma prova da irresponsabilidade dos mandatários
da educação do Maranhão. Acho até que o Jornal Pequeno poderia mandar
fotografar a obra e pedir a Brasil a explicação do problema. Quem sabe até
obter umas palavras dos estudantes prejudicados?
Disse
também na casa de Brasil, na presença de vários ex-prefeitos, que numa pesquisa
que fez, eles estão melhores que os atuais e ela precisa por isso do apoio
deles, o que será decisivo na campanha. Creio inclusive que acharam alguma
solução para aquela história do conselho (bolsa eleição) e devem ter achado um
jeito de repassar alguma coisa mensal pra eles através de alguma instituição
conveniada ou coisa que o valha. É bom ver.
Por
outro lado, pra ter alguém pra escutá-la, (o prefeito) leva um monte de
servidores temporários e no dia em que ela vai, tudo é de graça. Disse lá que
não é mentirosa e que isso aprendeu com o pai (rárárárá), falar sempre a
verdade, além de não se meter em confusão dos outros. Belos conselhos. Isso
motivou umas vaias de alguns estudantes. No caso da ponte, creio que vão fazer
o mesmo que fizeram com a refinaria. Fazem licitação de araque, mandam
máquinas, enfiam duas estacas e está iniciada a obra…”
É
preciso acrescentar mais alguma coisa?
Nenhum comentário:
Postar um comentário