A crise do sistema penitenciário e de segurança no Maranhão tem
feito com que as três principais pré-candidaturas à presidência da República se
afastem do Clã Sarney. O PT, que tem aliança com o PMDB a nível nacional e no
Maranhão, vem ensaiando lançar candidatura própria no Estado para não compor
nem com o candidato da governadora Roseana Sarney (PMDB), nem com o principal
pré-candidato da oposição, o presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB).
O PSDB, que no Maranhão também discute uma aliança com o clã, se
afasta de Roseana em função da crise. Já o PSB está mais próximo de uma aliança
com Flávio Dino, mas também estuda compor com o PPS, que tem como pré-candidata
a deputada estadual Eliziane Gama.
Em dezembro do ano passado, o vice-governador do Maranhão,
Washington Oliveira (PT), renunciou ao cargo para assumir a vaga de conselheiro
do Tribunal de Contas do Estado após pressão da governadora Roseana Sarney
(PMDB).
A intenção do clã era que Roseana se afastasse do governo antes
de abril para concorrer ao Senado, e, via eleição indireta na Assembleia
Legislativa, elegesse o secretário estadual de Infraestrutura Luís Fernando
Silva (PMDB), governador interino. Deste modo, Luís Fernando, que já é
pré-candidato, concorreria à reeleição em outubro já estando no cargo de
governador. O afastamento do PT da linha sucessória causou constrangimento do
partido e abalou as relações desde então.
Para o presidente estadual do partido, Raimundo Monteiro, que
antes defendia com afinco e garantia a aliança com o PMDB, moderou o discurso
após a crise no sistema penitenciário. Monteiro já não garante com tanta
certeza que o PT fará dobradinha com o PMDB e adiou a decisão do partido no
Estado. Para ele, o partido fará a aliança ou terá candidato próprio,
dependendo do que for melhor para a eleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
Prioridade
do PT é Dilma
“Nosso maior objetivo é a reeleição da presidenta Dilma. Esse é
o ponto principal para a definição do PT no Maranhão. O que a direção nacional
determinar com relação às alianças nós iremos encaminhar. Não podemos
interromper este grande projeto nacional. Qualquer decisão parte deste
princípio”.
Monteiro afirmou que, tradicionalmente, as definições petistas
só saem de última hora. Assim, somente após o encontro da legenda, as alianças
serão conhecidas. “Lógico que ainda está em aberto. Só o encontro irá definir
isto daqui entre maio e junho. Mas estamos discutindo o caminho para que a
Dilma continue na presidência”.
O PSDB, que no Maranhão também não tem aliança consolidada.
Namora as três principais pré-candidaturas ao governo do estado: Luís Fernando
Silva (PMDB), Flávio Dino (PCdoB) e Eliziane Gama (PPS). Após a crise no
Maranhão, o pré-candidato à presidência, Aécio Neves, ligou para o presidente
estadual do partido, deputado federal Carlos Brandão, preocupado com a possível
aliança com o clã e a repercussão para o tucanato.
Tucanos
esperam a poeira baixar
Brandão afirmou que Aécio o pediu para continuar conversando com
todos os partidos, mas esperar a poeira baixar para avançar as conversas.
“Hoje, todos que forem disputar a presidência se preocupam em levantar a mão de
Roseana Sarney em um palanque e o efeito que isso pode ter. A situação hoje
ainda é muito instável. Não podemos fechar hoje com Flávio (Dino), se amanhã o
PT pode estar na coligação com o PCdoB. São variáveis que só depois que passar
mais esse momento de crise veremos como fica o cenário e a avaliação da
população sobre toda essa crise”, avaliou. A definição dos tucanos também
deverá ficar para maio.
O PSB, de Eduardo Campos, está consolidado em não alinhar com a
família Sarney no Maranhão. As conversas da legenda estão adiantadas para
aliança com Flávio Dino (PCdoB) e o partido indicaria o vice-prefeito de São
Luís, Roberto Rocha (PSB), como candidato a senador. Mas a preocupação de
Campos é com uma possível aliança do comunista com o PT, que resultaria em dar
palanque no Maranhão para Dilma Rousseff. Por isso, o PSB também mantém diálogo
com a pré-candidata Eliziane Gama (PPS). Assim, se Dino coligar com o PT, o PSB
deverá coligar com o PPS.
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