15 de novembro de 2013

Representante da OAB diz que governo perdeu o controle da Segurança Pública

“Todas as instituições estão preocupadas com os índices de violência e com a visível incapacidade do governo em lidar com o tema”, diz o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Luís Antônio Pedrosa, sobre o terror que se instalou na região metropolitana da capital maranhense.

A preocupante estatística divulgada recentemente pelo Anuário de Segurança Pública confirma a sensação de medo que toma conta da população e obriga os ludovicenses a alterar a rotina.

A taxa de homicídios dolosos que havia apresentado uma queda de 30,1% entre 2008 e 2009, resultado das gestões dos ex-governadores José Reinaldo Tavares e Jackson Lago, apresentou uma seqüência de crescimento depois que a governadora Roseana Sarney voltou ao poder, após a cassação do ex-governador Jackson Lago, em 2009. Os anuários sequentes culminaram com o crescimento de 17,4% na taxa de homicídios dolosos no estado.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Luís Antônio Pedrosa, confirmou que o estado já vinha sendo alertado pelas mais diversas instituições sobre a desorganização dos presídios e que o atual cenário é fruto de sucessivas omissões.

“Assistimos agora com grande tristeza que a desorganização dos presídios realmente se reflete na segurança pública, conforme anunciamos desde as fatídicas rebeliões do sistema prisional de 2010 e 2011. Quando presenciamos essas organizações chegarem ao ponto de afrontar e ameaçar os operadores do sistema de segurança, tememos que uma sinalização de colapso esteja em andamento”.

O cenário beira o caos. Policiais já protestaram três vezes essa semana, devido à vulnerabilidade a que estão expostos, ao ponto de o Sindicato dos Policiais Civis do Maranhão (SINPOL) recomendar que “diante desta crise de insegurança pública, não utilizem em seus veículos adesivos da policia, e nem jaquetas ou camisas colocados dentro dos assentos dos carros, de forma que fiquem visíveis e de fácil identificação”, aconselhando que os policiais não se identifiquem fora do horário de expediente.

“Se para policiais, o risco aumentou, imaginamos que para a população a situação está bem pior. Mas é inaceitável que a sociedade e os trabalhadores do sistema de segurança se vejam reféns deste tipo de violência sem que o Estado apresente medidas minimamente aceitáveis para uma resposta eficiente”, disse o presidente da comissão, Luís Pedrosa.

Ele explicou ainda que a crise no sistema de Segurança Pública do estado está completamente vinculada à realidade dos presídios do estado, e que a OAB-MA já realizou diversas ações sobre o caso. “No campo do sistema prisional, a OAB já formulou uma denúncia internacional contra o Estado brasileiro e espera que as autoridades internacionais voltem suas atenções para o nosso Estado, desobstruindo os canais para a realização das reformas urgentes que se fazem necessária no aspecto administrativo”, concluiu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário