28 de outubro de 2013

Roseana mantém silêncio sobre denúncias de corrupção

Leandro Miranda-Marrapá
A governadora Roseana Sarney (PMDB) parece decidida a passar por cima das dezenas de denúncias de corrupção relacionadas a seu governo. Ela até hoje não se pronunciou sobre as suspeitas de irregularidades nos 105 convênios firmados entre a Sedes (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social) e diversas associações suspeitas para a execução de ações de combate à pobreza no Maranhão.
Passados quatros meses desde que estourou a primeira denúncia de convênio fantasma na Sedes, em que a Associação Vera Macieira foi acusada de receber quase R$ 5 milhões para realizar melhorias em um povoado inexistente, o titular da pasta, Fernando Fialho, permanece intacto no cargo e o inquérito aberto pelo Ministério Público Estadual para investigar o caso permanece parado na gaveta da procuradora Regina Rocha – que por sinal é parente de um dos secretários da governadora.
Despudorada, Roseana também deu um jeitinho de continuar bancando os aliados que perderam as eleições de 2008 e 2010. Dias após a extinção do “Bolsa Eleição”, que bancava 206 aliados derrotados com bolsas de mais de R$ 5 mil, a governadora nomeou a maioria deles em cargos comissionados no Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial do Maranhão (INMEQ).
Contrariando até uma lei estadual de combate à corrupção, sancionada por ela mesmo em Agosto, que proíbe a nomeação para cargos públicos de pessoas consideradas fichas suja, a filha de José Sarney nomeou o ex-prefeito de Codó, Ricardo Archer (PMDB), para o cargo de Secretário de Articulação Política do Estado.
As contas de Archer à frente da Prefeitura de Codó foram reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Câmara de Vereadores de Codó. O ex-prefeito é alvo de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
A chefe do executivo estadual, que no início do atual mandato afirmou que não aceitaria qualquer ato de ilegalidade na sua gestão, parece alheia aos deslizes éticos do seu pupilo e pretenso sucessor, que tem usado e abusado da máquina estadual a fim de se credenciar para a disputa pelo Palácio dos Leões.

Investigado pelo Ministério Público Federal por desvio de verbas e gestão fraudulenta durante a sua gestão em São José de Ribamar, Luís Fernando Silva já foi flagrado enquanto tentava negociar o repasse de recursos estaduais em troca de apoio político na cidade de Santa Rita e, na semana passada, foi denunciado por um vereador de Imperatriz por tentar constranger a Câmara de Vereadores da cidade a participar de um ato eleitoreiro para a divulgação da sua candidatura, se aproveitando entrega de 54 retroescavadeiras doadas pelo Governo Federal.

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