Leandro Miranda-Marrapá
A
governadora Roseana Sarney (PMDB) parece decidida a passar por cima das dezenas
de denúncias de corrupção relacionadas a seu governo. Ela até hoje não se
pronunciou sobre as suspeitas de irregularidades nos 105 convênios firmados
entre a Sedes (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social) e diversas
associações suspeitas para a execução de ações de combate à pobreza no
Maranhão.
Passados
quatros meses desde que estourou a primeira denúncia de convênio fantasma na
Sedes, em que a Associação Vera Macieira foi acusada de receber quase R$ 5
milhões para realizar melhorias em um povoado inexistente, o titular da pasta,
Fernando Fialho, permanece intacto no cargo e o inquérito aberto pelo
Ministério Público Estadual para investigar o caso permanece parado na gaveta
da procuradora Regina Rocha – que por sinal é parente de um dos secretários da
governadora.
Despudorada,
Roseana também deu um jeitinho de continuar bancando os aliados que
perderam as eleições de 2008 e 2010. Dias após a extinção do “Bolsa
Eleição”, que bancava 206 aliados derrotados com bolsas de mais de R$ 5 mil,
a governadora nomeou a maioria deles em cargos comissionados no Instituto
de Metrologia e Qualidade Industrial do Maranhão (INMEQ).
Contrariando
até uma lei estadual de combate à corrupção, sancionada por ela mesmo em
Agosto, que proíbe a nomeação para cargos públicos de pessoas consideradas
fichas suja, a filha de José Sarney nomeou o ex-prefeito de Codó,
Ricardo Archer (PMDB), para o cargo de Secretário de Articulação Política do
Estado.
As
contas de Archer à frente da Prefeitura de Codó foram reprovadas pelo Tribunal
de Contas do Estado (TCE), pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Câmara
de Vereadores de Codó. O ex-prefeito é alvo de investigação da Polícia Federal
e do Ministério Público Federal.
A
chefe do executivo estadual, que no início do atual mandato afirmou que não
aceitaria qualquer ato de ilegalidade na sua gestão, parece alheia aos deslizes
éticos do seu pupilo e pretenso sucessor, que tem usado e abusado da máquina estadual
a fim de se credenciar para a disputa pelo Palácio dos Leões.
Investigado
pelo Ministério Público Federal por desvio de verbas e gestão fraudulenta
durante a sua gestão em São José de Ribamar, Luís Fernando Silva já foi
flagrado enquanto tentava negociar o repasse de recursos estaduais em troca de
apoio político na cidade de Santa Rita e, na semana passada, foi denunciado por
um vereador de Imperatriz por tentar constranger a Câmara de Vereadores da
cidade a participar de um ato eleitoreiro para a divulgação da sua candidatura,
se aproveitando entrega de 54 retroescavadeiras doadas pelo Governo Federal.
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