Historiador diz que batismo de cidades com nomes de políticos vivos é reflexo do patrimonialismo.

Do site Maranhão da Gente

Ele ressalta que  decisão judicial no caso de Governador Edson Lobão tem um caráter pedagógico e ajudar a inibir uma prática muito comum no Maranhão

Batizar espaços públicos com nomes de políticos ainda vivos é uma ação contrária ao que diz a Constituição Federal, que proíbe atribuir nome de pessoa viva a bem público. No Maranhão, o Ministério Público Federal conseguiu junto à justiça uma liminar garantindo a suspensão dos repasses dos recursos da União para o município de Governador Edison Lobão, caso a cidade não troque de nome em 90 dias.

 O  ministro de Minas e Energia não é o único político vivo a receber homenagens deste tipo e que motivaram esta semana uma decisão da Justiça Federal contrária a este tipo de prática. O senador José Sarney também batiza uma cidade no estado, o município de Presidente Sarney.

Na avaliação de Wagner Cabral, professor do curso de História da Universidade Federal do Maranhão(UFMA),  a  decisão judicial que pressiona a mudança do nome do município Governador Edison Lobão, representa um passo importante e educativo.

“A decisão judicial é importante quanto às mudanças na cultura política da população, que, ainda hoje, ‘naturaliza’ essas práticas como se fossem normais”, finaliza.

Ele ressalta que esse comportamento reflete uma lógica patrimonialista, que se vincula a um ato de poder. “A nomeação é um ato de poder tão antigo quanto os impérios, associado a práticas específicas de cada tempo e lugar.

 Na prática política brasileira , este personalismo na toponímia vai estar associado ao domínio de grupos familiares e oligarquias, que procuram perpetuar sua  herança” opina.