14 de novembro de 2013

Alunos de ensino médio da cidade de Pinheiro conheceram, na manhã de hoje, a comunidade quilombola de “Frechal”.

Hoje (14) pela manhã aconteceu uma pesquisa de campo, realizada pelos alunos e professores da Escola Estadual “Dom Ungarelli”, na Reserva Extrativista Quilombo do Frechal, localizada há três quilômetros do município de Mirinzal.

Os visitantes tinham como objetivo conhecer a história do local que é marcado pelo sofrimento dos negros escravizados.

Sr. Bié, homem descendente  de Escravo de 78 anos
“Aqui antigamente era terra de índio, eles usavam suas flechas para matar os peixes em um poço, e esse poço, por causa das flechadas lançadas pelos indígenas,ficou conhecido como “frecheiro”, daí se originou o nome Frechau”, disse o senhor Bié um dos moradores mais velhos do local. 

 O local teve o nome originado pelos Indígena, mas não existe nenhum índio ou descendente vivendo lá atualmente.  

 O quilombo originou-se de um engenho que foi fundado no final do século XVIII pelo português Manuel Coelho de Souza, o local já se chamava Frechal antes de ser quilombo.

Frechal foi uma das propriedades mais prósperas do Maranhão. Os descendentes de Manuel Coêlho de Souza continuaram a produzir açúcar ao longo de todo o século XIX. Em 1925, porém, Artur Coelho de Souza, último herdeiro de tal família, hipotecou a fazenda em função de inúmeras dívidas que contraiu.

Os quilombolas contam que os negros da fazenda trabalharam arduamente e, com uma só safra de algodão, conseguiram saldar a dívida do proprietário. Em agradecimento, o fazendeiro deixou em testamento parte de suas terras aos negros. As ruínas da sede e da chaminé da antiga propriedade encontram-se hoje no território pertencente a Frechal.

Existem cerca de 80 famílias morando no local atualmente.

A região ao redor dos vilarejos possui uma vegetação exuberante. Em Frechal, campos naturais, manguezais, babaçuais e florestas alternam-se na paisagem. Os moradores do lugar aproveitam essa rica flora para desenvolver diversas atividades econômicas, como a agricultura, o extrativismo e a pesca.
Homem fazendo Farinha de Mandioca. 
Mulher e homem pescando no poço Frecheiro.
Em 1992, o território de Frechal foi transformado em reserva extrativista pelo governo federal. Essa foi à estratégia encontrada naquela ocasião para garantir os direitos dos quilombolas que se encontravam ameaçados por conflitos com pretenso proprietário de suas terras.

“Descobrimos um pedaço da África dentro do Maranhão” disse uma das professoras. 
Casarão deixado por Manuel Coelho de Souza para os Quilombolas. 

Chaminé por onde saiam a fumaça do antigo engenho. 

Resto de ferragem do antigo engenho de cana. 

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