29 de abril de 2015

Roseana tenta impedir convocação na CPI da Lava Jato


A defesa de Roseana Sarney (PMDB-MA), ex-governadora do Maranhão e alvo das investigações da Operação Lava Jato, entrou com um novo pedido de arquivamento do inquérito aberto contra Roseana no Supremo Tribunal Federal (STF). Um outro pedido de arquivamento do inquérito já havia sido apresentado pelos advogados de Roseana em 12 de março, logo após a abertura das investigações.
No pedido apresentado hoje ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, o advogado Antônio de Almeida Castro, o Kakay, afirma que não havia motivo para abertura do inquérito, dizendo que o depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa não afirma que a ex-governadora tinha conhecimento do esquema de corrupção envolvendo a estatal. “Se por acaso tivesse sido feita uma leitura correta dos depoimentos, uma leitura séria, não tinha porque ter aberto o inquérito”, disse Kakay ao Estado.
No pedido de arquivamento apresentado ao Supremo, a defesa apresenta a degravação do depoimento apresentado por Costa em 11 de fevereiro deste ano. A oitiva realizada nesta data foi pedida pelo Ministério Público Federal em complemento aos depoimentos prestados pelo ex-diretor no fim do ano passado, mediante acordo de delação premiada. São comparados os termos de delação de Costa, nos quais a abertura de inquérito foi baseada, com a degravação detalhada. Na visão da defesa há uma interpretação “inadequada” da fala do delator. “Fica muito claro no vídeo que o Ministério Público faz uma leitura do que ele fala de forma indevida, inadequada, tentando fazer com que ele voltasse atrás. É um absurdo, é uma situação vexatória para o Paulo Roberto e para o Ministério Público do meu ponto de vista”, disse Kakay.
No vídeo anexado ao recurso, Costa é interrogado sobre a existência de encontros com a ex-governadora do Maranhão e se ele sabe afirmar se houve, de fato, o pagamento em favor da campanha da então candidata ao governo do Estado, em 2010. No depoimento, Costa diz que não recebeu nenhuma reclamação e que, por isso, concluiu que o pagamento correu bem. Roseana é alvo de um mesmo inquérito em que o senador, e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão é investigado. Na visão da defesa, os questionamentos foram feitos ao delator de forma “inadequada” numa tentativa de forçar respostas de Costa.
A ex-governadora é investigada em inquérito do STF por ter supostamente recebido R$ 2 milhões para sua campanha ao governo do Estado, nas eleições de 2010. O pedido de abertura de inquérito apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo é sustentado com base em depoimento do ex-diretor da Petrobrás dizendo que foi procurado por para Lobão para fazer um repassar à campanha de Roseana.
O encontro entre Roseana e Costa e o recebimento do valor é um dos pontos questionados por Kakay no recurso. “A leitura desse vídeo demonstra claramente que eles tentam fazer com que o Paulo Roberto se adeque à investigação deles. O Paulo Roberto nega que tenha estado com ela e que tenha falado com ela e eles fazem uma série de imposições”, disse o advogado. “Efetivamente, não ficou demonstrado, em hipótese alguma, que Roseana Sarney detinha qualquer conhecimento ou aquiescência, tampouco que participou em qualquer medida dos fatos ora apontados. Incabível, pois, a instauração de inquérito neste caso”, escreveu a defesa no pedido.
O recurso apresentado hoje é um adiamento a outro agravo regimental protocolado por Kakay no início de março, logo após a abertura do inquérito. O caso deverá ser levado pelo ministro Teori Zavascki para análise da 2ª Turma. Não há uma data para apreciação do caso.
Depoimentos
Ainda no âmbito das investigações, Roseana e Lobão devem prestar depoimentos à Polícia Federal e a membros da PGR no próximo dia 29, na sede da PF em Brasília.

28 de abril de 2015

Deu na Veja: Mirante levou 43% da fatia publicitária do governo Roseana

A distribuição da verba publicitária do governo Roseana Sarney para as TVs não era muito diferente do critério para os jornais. De 2011 a 2014, a TV Mirante, também de propriedade dos Sarney e retransmissora da programação da TV Globo, recebeu 23 508 705 de reais – o equivalente a 43% dos 54 173 753 gastos com publicidade neste meio.
Ao longo dos últimos quatro anos, a TV Difusora, repetidora do SBT, recebeu 7 680 699 de reais. Já a TV Cidade,  retransmissora da TV Record, levou 6 110 989 de reais, no mesmo período.
A Difusora tem como sócio majoritário Edison Lobão Filho, candidato apoiado pelos Sarney para a sucessão de 2014. Já a Cidade tem como sócio Roberto Rocha, senador eleito pelo PSB na chapa de Flávio Dino e, portanto, adversário dos Sarney.
A propósito, a Secretaria de Comunicação Social do governo Flávio Dino abriu uma licitação para contratar uma pesquisa de hábitos de consumo de mídia.
Explica o secretário, Robson Paz:
– Será o primeiro passo para adotar critérios técnicos na distribuição da verba publicitária. Antes, quem governava estava dos dois lados do balcão.

MP quer condenação de Murad e Fátima Travassos por Improbidade



O Ministério Público Estadual acusa a ex-procuradora-geral de Justiça do Maranhão, Fátima Travassos, de rejeitar uma denúncia criminal para favorecer o ex-secretário de Saúde Ricardo Murad.
Os promotores João Leonardo Sousa Pires Leal e Tarcísio José Sousa Bonfim ajuizaram uma ação por improbidade administrativa contra a ex-chefe do MP no último dia 17, argumentando que ela não poderia ter recusado a ação penal por formação de quadrilha e fraude em licitação movida no ano de 2005 contra Ricardo Murad – então titular da Gerência Metropolitana de São Luís.
Fátima alegou inépcia da grave denúncia oferecida pelo procurador Raimundo Nonato Carvalho Filho, recomendando a rejeição desta em favor do aliado e amigo pessoal. Na época, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu sindicância para apurar o caso, admitindo, posteriormente, a ligação umbilical entre a representante do MP e as famílias Sarney e Murad.
“Murad é cunhado da ex-governadora Roseana Sarney, que havia conduzido Fátima Travassos ao cargo de procuradora-geral de Justiça(…) Por conta de sua amizade, atrelamento e dependência em relação a Murad, foi reconduzida ao cargo mesmo figurando na segunda colocação da eleição para procurador-geral”, afirmam os promotores na ação.
O Ministério Público pede que Ricardo Murad e Fátima Travassos sejam condenados à perda de função pública, à suspensão de direitos políticos e ao pagamento de multa.